
PF apreende R$ 863 mil de cunhada do prefeito de Sorocaba; Manga alega perseguição política
A Polícia Federal apreendeu R$ 863,8 mil em dinheiro vivo em um veículo estacionado nas proximidades da igreja Templo da Glória e Renovo, administrada pela pastora Simone Rodrigues Frate de Souza, cunhada do prefeito de Sorocaba (SP), Rodrigo Manga (Republicanos). A apreensão ocorreu no contexto da Operação “Copia e Cola”, que apura suspeitas de corrupção e superfaturamento em contratos com uma Organização Social (OS) da área da saúde.
Segundo a PF, a operação mobilizou mais de cem agentes e cumpriu 28 mandados de busca e apreensão em 13 cidades de São Paulo e na Bahia, incluindo Vitória da Conquista. As investigações, iniciadas em 2022, apontam indícios de fraude em licitações, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, peculato e ocultação de bens.
Alvo da operação, prefeito se diz perseguido
Rodrigo Manga, conhecido por sua presença ativa nas redes sociais como “prefeito tiktoker”, teve sua residência, gabinete e sede municipal do Republicanos vistoriados. Em entrevista ao jornal O Globo, o prefeito afirmou que sua cunhada e o marido, o bispo Josivaldo Batista, levam uma vida ministerial há 30 anos e que o montante apreendido já teria sido declarado à Receita Federal.
“É um casal que vive para o ministério. Os valores foram declarados, segundo os advogados”, disse Manga.
O prefeito também relatou o impacto da ação sobre sua família. “Meu filho de 7 anos foi quem abriu a porta para a PF. Ele ficou assustado com as armas”, afirmou. Manga minimizou as apreensões feitas em seu gabinete, alegando que “levaram apenas o celular e a chave reserva do carro” e reiterou sua tese de perseguição política e uso eleitoral da operação, alegando que a ofensiva se intensificou após o lançamento de sua pré-candidatura à Presidência da República.

Igreja e aliados sob investigação
A pastora Simone, irmã da esposa de Manga, é apontada como beneficiária de transferências suspeitas por meio da igreja. Além dela, Marco Silva Mott, amigo pessoal do prefeito, teve carros de luxo apreendidos e é investigado por lavagem de dinheiro. O presidente da OS Aceni, que geria as unidades UPA do Éden e UPH Oeste, também foi alvo da ação, e a entidade teve R$ 20 milhões bloqueados, além de ter sido proibida de firmar novos contratos com o poder público.
A operação ainda envolve ex-secretários municipais da atual gestão, como Vinicius Rodrigues (ex-Saúde) e Fausto Bossolo (ex-Administração), este último já condenado por envolvimento na compra superfaturada de um imóvel para a Secretaria de Educação.

Impacto regional: o que muda em Sorocaba e na Bahia
A operação atinge diretamente o sistema de saúde pública de Sorocaba, afetando a gestão de unidades essenciais para a população. A participação de empresas com atuação também na Bahia, como o mandado em Vitória da Conquista, levanta suspeitas sobre a possível ramificação do esquema em outros municípios do estado.
Jacobina e cidades do entorno devem acompanhar o caso de perto, considerando os riscos de fraudes semelhantes na gestão terceirizada da saúde pública, uma prática comum em prefeituras do interior baiano.
Destaques para investidores e população
- Empresas envolvidas podem ser descredenciadas de novos contratos e sofrer sanções administrativas;
- O bloqueio de valores e bens pode impactar a continuidade de serviços essenciais nas UPAs e centros de saúde;
- Para o eleitor, o caso reforça a importância da transparência na contratação de OSs e do acompanhamento das contas públicas.
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