
Clínicas de estética vendem ilegalmente Mounjaro por dose e até com entrega delivery
Uso irregular de Mounjaro preocupa autoridades e especialistas
O remédio Mounjaro, chamado de “Ozempic de rico”, só deve chegar às farmácias do Brasil na segunda quinzena de maio. No entanto, uma investigação do G1 identificou que clínicas de estética em São Luís (MA) e Teresina (PI) já comercializam ilegalmente o medicamento, fracionando doses, ofertando sem receita médica e até realizando entregas por delivery.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforça que apenas farmácias podem vender o produto, cuja embalagem registrada não permite fracionamento. A prescrição também deve ser feita exclusivamente por médicos.
Fabricante alerta sobre riscos fatais
A farmacêutica Eli Lilly, produtora do Mounjaro, publicou carta alertando que nenhuma venda legal do produto está ocorrendo no país. O laboratório afirma que produtos obtidos por canais não autorizados podem ser falsificados ou adulterados, oferecendo risco “potencialmente fatal” ao paciente.
Clínicas oferecem doses com “consulta” não médica
Em Teresina, a responsável pela clínica — que se apresenta como nutricionista — confirmou que aplicou o medicamento em si mesma antes de oferecê-lo a clientes. O tratamento inclui quatro aplicações mensais e suplementação. Já em São Luís, as doses são retiradas da caneta original com seringa e entregues em isopor com gelo, sem qualquer prescrição ou garantia de origem.
A endocrinologista Simone Van de Sande Lee afirma que esse tipo de protocolo é perigoso e desaconselhado. “Não se trata de um produto recreativo. A dose deve ser ajustada por prescrição médica e acompanhada cuidadosamente.”


Risco à saúde e aumento de apreensões
Em 2025, os casos de contrabando do Mounjaro cresceram significativamente. A Receita Federal apreendeu R$ 1,2 milhão em canetas apenas no primeiro trimestre do ano — um volume 74% superior ao total apreendido em 2024. Já a Polícia Federal recolheu 1.313 unidades em 12 meses, sendo 1.079 somente neste ano.
A Anvisa informou que, a partir de julho, as receitas médicas para aquisição de Mounjaro e similares deverão ficar retidas nas farmácias, como medida de segurança.

Impacto em Jacobina e região
Apesar de não haver registro de comercialização irregular na região de Jacobina/BA, a matéria serve de alerta para clínicas locais e pacientes que desejam emagrecimento rápido sem acompanhamento médico. O uso indevido de medicamentos controlados compromete a saúde e pode ter consequências legais para quem vende ou consome sem orientação adequada.
⚠️ Atenção, consumidores:
Evite tratamentos sem respaldo médico. Emagrecedores como o Mounjaro exigem prescrição, acompanhamento profissional e só devem ser adquiridos legalmente. Denuncie irregularidades à Anvisa ou ao Procon.

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